Programa de conservação das camélias históricas

Camélia histórica do Quintal do Forno que faz parte do programa de conservação de camélias históricas

Iniciámos o estudo da coleção das camélias do Quintal do Forno, principal elemento diferenciador do Jardim e de elevado valor biológico, paisagístico e histórico em Portugal.

Estufa Leopold II, Laeken

No século XIX, o fascínio e interesse por plantas exóticas que chegavam à Europa era enorme. A introdução de camélias originárias do sudeste asiático e a criação de milhares de novas variedades cultivadas – ou cultivares -, teve grande impacto na quantidade de camélias disponíveis como plantas ornamentais.

Segundo o International Camellia Register, repositório de todas as camélias registadas pela International Camellia Society, mais de 278 são de origem portuguesa e foram criadas durante o século XIX.

Página do catálogo de José Marques Loureiro de 1886

O elevado número de cultivares disponíveis em Portugal, as descrições breves e incompletas e a ausência de exemplares de referência tornam difícil a correta identificação científica. Escasseiam os jardins, como o Quintal do Forno, onde ainda sobrevive parte significativa da plantação original, bem como fontes documentais da sua aquisição. A importância destas fontes contribui para um elevado grau de fiabilidade na identificação das cultivares.

Camélia histórica vermelha com manchas brancas do Quintal do Forno, que faz parte do programa de conservação de camélias históricas

Camellia japonica ‘Giardino Santarelli’

Camélia histórica cor de rosa do Quintal do Forno, que faz parte do programa de conservação de camélias históricas

Camellia japonica

Há fortes indícios de que cultivares europeus, já extintas nos seus países de origem como em Itália, Bélgica e Inglaterra, possam sobreviver em jardins históricos portugueses, o que tem despertado grande interesse de especialistas internacionais.

Camélia histórica do Quintal do Forno, que faz parte do programa de conservação de camélias históricas, com o tronco da palmeira washintonia no fundo
As coleções de plantas são das mais frágeis formas de património cultural

A sua conservação exige rigoroso registo e identificação, avaliação do valor estético, histórico e científico e propagação daquelas que podem ser exemplares únicos.

O programa de conservação de camélias históricas abrange três fases:

Medidas de camélia histórica do Quintal do Forno

Criação de uma base de dados com registo detalhado das características morfológicas, registo fotográfico e georreferenciação dos exemplares de camélia.

Detalhe da fatura a Manoel Cabral em 1886

Identificação sistemática dos exemplares de camélia coadjuvada pela relevante documentação do arquivo da época de Manoel Cabral.

Camélia pequenina do Quintal do Forno

Propagação dos exemplares da coleção das camélias históricas para a sua preservação.

Fotografias: Beatriz Santamaría

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